Miami - capitulo 4

Sendo o capitulo 2 e 3 menos entusiasmantes: comer e dormir durante 5 dias J, fazemos aqui um hiato temporal e colocamos-nos em Miami (pós-cruzeiro), a caminho de Tampa (300 milhas = uma seca de carro). E o que se faz durante uma viagem de seca de carro? Acertaste! Acelera-se… E então é assim que as coisas funceminam: velocidade limite dentro da cidade: 30 mph (miles per hour), nem chega aos 50 km/h; na interestadual: 55 mph; na autoestrada: 70 mph. Ora indo nós na autoestrada, e … com muita milha pela frente, e alguns individuos (prevericadores!) a roçar as 80 mph, e sendo eu um … vá lá … candidato a prevericador, e um condutor bastante atento e avisado a tudo o que são highway patrols, lá meti o autocruise nos 80 mph (que são uns alucinantes 120 km/h) e siga, a esta velocidade louca a caminho de Tampa. Note-se que estamos a falar de uma autoestrada com 3 faixas, sempre, vou repetir, SEMPRE em frente, nem sequer há uma curvazinha para a malta se distrair. Ainda pensei em amarrar o volante com o cinto à manete das mudanças (automáticas) e ir dormir para o banco de trás, mas … não fui! Estavamos nós nesta viagem animadissima a ouvir exito country atrás de exito country há umas 3 horas, quando nos deparamos com um cenário holiwoodzesco, de carros de policia na berma da autoestrada (do lado esquerdo e direito!) que arrancavam no meio do trânsito em perseguições alucinantes atrás de alguns condutores (os tais prevericadores!), que eram parados sem apelo nem agravo em cima da relva do separador central ou da berma lateral. O meu instinto … hum … protector … mal viu o primeiro carro da highway patrol com mau aspecto, fez com que me dirigisse para a faixa da direita e tentasse passar por detrás de um camião, não fosse o diabo tece-las … mas TECEU! E não é que o cromo do bófia atravessa uma autoestrada de 3 faixas, em arranque a fundo, cruzando um emaranhado de carros para se colocar em minha perseguição!? Eu! A ser perseguido pela highway patrol!? E o tipo com umas 23 luzes no carro a piscar, as sirenes a apitar, e no retrovisor só vejo o sr agente a fazer sinal para encostar. Lembrando-me das cenas de perseguições policiais em que o condutor ou é abatido, ou é literalmente arrumado para fora da estrada em 3 ou 4 pancadinhas, pensei que seria melhor obedecer à autoridade, e lá parei (mas não fui para o meio da relva, que raio, só um bocadinho… assim meio carro). O Sr agente, de seu nome Sgt Pellini, apresentou-se à janela do meu bolide momentos depois (importa aqui referir que conduzia um Kia 1.6, de cor Gold), e pedindo-me tudo o que era documento diz: “You were picked up at 85mph, when the speed limit is 70 mph, so I will need your documents and you will get a fine”. Cool! Agora fui catado... a uns loucos 130km/h, num sitio onde o limite eram 110. Cool! Muito cool! E o homem lá desaparece com a minha carta de condução, o passaporte, os papeis do rent a car, e o que mais para lá havia de papelada. Antes ainda me pediu a morada e eu lá lhe mostrei que estava escrita na carta de condução (é o item número (8)). 20 minutos à seca, e o Pellini lá ia teclando no seu pc do carro artilhado. Depois foi simples, veio com uma folhinha toda bonita impressa, a dizer que o Sr Pedro Matos ia em excesso de velocidade, e que devido a esse efeito se safava de perder pontos na carta de condução “because in your country you don’t have this”, mas … e ai sim, começou a doer, a fine de $241, sim DUZENTOS E QUARENTA E UM doláres, teria de ser paga via uma forma qualquer de ir ao banco fazer um cheque pq não podia ser em dinheiro, e muito simpaticamente, lá percebi que tinha sido catado por um avião!!! #”$%#”!$”!!! Assim também eu! Agora é preciso também andar a olhar para o ar enquanto se acelera pela planice fora! Ó que caraças! O Sgt não sei das quantas, piloto picked me up at 85mph, e disse pelo rádio ao Pellini, e siga. Quais fotos, quais videos, quais nada. Isto é que é uma verdadeira democracia. E o bacana do Pellini no seu americano do sul lá nos explicou gentilmente o caminho para os Bush Gardens, e siga em presseguição do próximo. É a loucura! Resta apenas acrescentar que enquanto esperámos que o Pellini nos multasse o festival de carros de policia a mandar parar a malta não foi mau, pena que o bilhete para o ver fosse um pouco … dispendioso! O caminho para casa foi muito mais divertido, sempre a olhar para os aviões que passavam, e qualquer luz no cimo de postes que ao longe pareciam helicópteros! Ainda assim, não tivemos “tempo” de pagar a multa, e provavelmente vou ser impedido de entrar nos EUA durante muitos e longos anos, pelo menos sem fazer trabalhos forçados ou largar uma batelada pelas minhas loucuras ao volante. Mas como a minha morada transcrita pelo (bronco) Pellini é qualquer coisa do género: (8) R Congo, Moscavide, é pouco provavel que me venham bater à porta! ;-)